Polícia prende suspeito de envolvimento com quadrilha que assaltou Banco Central

Grupo levou cerca de R$ 165 milhões, se tornando o maior furto da história do país





Por: O Dia

Publicado em: 08/08/2025

Átila Carlai da Luz foi levado para a Cidade da Polícia, na Zona Norte, após prisão em São Paulo

Érica Martin / Agência O Dia




Rio - A Polícia Civil prendeu, na madrugada desta sexta-feira (8), um homem suspeito de envolvimento com a quadrilha que assaltou o Banco Central, crime ocorrido em Fortaleza, no Ceará, em 2005. O grupo levou cerca de R$ 165 milhões, se tornando o maior furto da história do país.


Átila Carlai da Luz foi encontrado por policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) em um apartamento de luxo no bairro Jardim Paulista, em São Paulo. Ele é apontado como um dos criminosos mais influentes do país e condenado por tráfico internacional de drogas.


De acordo com a Polícia Civil, o homem vinha sendo monitorado há meses após investigações identificarem o seu relacionamento com organizações criminosas cariocas, responsáveis por diversos delitos, como tráfico de drogas e de armas, fraudes bancárias, roubos de cargas, clonagem de veículos e corrupção em serviços públicos.


A DDSD descobriu que Átila vivia com uma identidade falsa, usando o nome de outra pessoa, com CPF ativo, CNH regular e empresa registrada no Paraná. A fraude foi desmascarada por meio de análise biométrica, por cruzamento de dados em sistemas federais e validação técnica pelo Instituto de Identificação Félix Pacheco (IFP).


O delegado Pedro Brasil, titular da DDSD, destacou que o homem utilizava a identidade falsa há três anos e chegou a fazer procedimentos estéticos no rosto para não ser identificado.


"Fizemos uma pesquisa a respeito do seu histórico criminal e apuramos que ele tem envolvimento com diversos tipos de crime. Ele prestava serviços para facções, trabalhava, principalmente, com fraude em cartão de crédito e envio de drogas para o exterior, sendo envolvido em uma remessa de drogas para Portugal. A profissão dele é praticar crimes. Encontramos cartões clonados na sua residência", contou.


No Rio, Átila já havia sido condenado duas vezes por fraudes em caixas eletrônicos de bancos e responde atualmente a um terceiro processo pelo mesmo crime.


Em São Paulo, ele acumula diversas passagens, com destaque para uma condenação a 32 anos de prisão por tráfico internacional de drogas, utilizando o Aeroporto de Guarulhos como ponto de envio dos entorpecentes para países da Europa. Segundo a Polícia Civil, essa condenação tem ligação com um esquema milionário de envio de malas com cocaína. As bagagens eram despachadas por uma rede de funcionários e colaboradores do aeroporto, garantindo que a droga chegasse a Lisboa, em Portugal, onde era recebida por comparsas e revendida no mercado europeu por valores que multiplicavam exponencialmente o lucro da quadrilha.


A corporação informou que a prisão representa um golpe expressivo contra o crime organizado, pois Átila teria associação e vínculo operacional com pessoas envolvidas no furto ao Banco Central, além de integrar redes criminosas interestaduais.


"Ele era muito associado a um dos envolvidos no furto, que foi preso em operação da Polícia Federal. Não há comprovação ainda dele no crime, mas o vínculo muito forte com os envolvidos nessa empreitada leva a crer que ele também esteja envolvido", destacou Brasil.


Relembre o crime


O assalto aconteceu na madrugada do dia 6 de agosto de 2005 e completou 20 anos na última quarta-feira (6). Os criminosos alugaram uma casa próximo da sede do banco e escavaram um túnel, por cerca de três meses, para conseguir acessar o cofre.



A passagem foi criada com vigas de madeira para evitar desabamentos. O buraco, com cerca de 80 metros de comprimento, contava com iluminação elétrica e sistema de ar-condicionado.


Mais de 120 pessoas participaram do furto, que se tornou o maior da história do país. O crime, que ocorreu sem disparar um alarme e um disparo de arma, ganhou repercussão internacional, virando livro e filme.