Polícia Civil busca mãe de menina torturada por padrasto na Zona Oeste

Justiça do Rio decretou a prisão de Amanda da Silva Corrêa Procópio, que está foragida. Vítima teve o intestino perfurado e segue internada em estado grave


Por: O Dia

Publicado em: 19/06/2025

Amanda da Silva Corrêa Procópio é considerada foragida

Divulgação


Rio - Policiais civis da 37ª DP (Ilha do Governador) buscam informações sobre o paradeiro de Amanda da Silva Corrêa Procópio, mãe da menina de 4 anos que foi torturada e teve o intestino perfurado pelo padrasto em maio deste ano. A Justiça do Rio expediu um mandado de prisão temporária contra a mulher, que é considerada foragida.


O padrasto da criança, Israel Lima Gomes, foi preso no dia 16 de maio pelas agressões. O caso aconteceu em Paciência, Zona Oeste do Rio. Segundo as investigações, ele submetia a criança a sessões prolongadas de tortura, com requintes de sadismo. A vítima teve o intestino perfurado e chegou a ingerir as próprias fezes.


Na manhã desta quarta-feira (18), os policiais fizeram buscas no município de Queimados, na Baixada Fluminense, onde reside o pai da foragida, e em Japeri. Ela também foi procurada na casa de outros familiares, mas não chegou a ser localizada.


A prisão de Amanda foi decretada pela Justiça após indícios de sua omissão em proteger a própria filha das agressões físicas. A decisão judicial enfatizou que a medida é necessária “tendo em vista a periculosidade da agente e a necessidade de preservar a integridade da vítima menor de idade”.

A juíza Marcia Santos Capanema de Souza decretou a prisão por 30 dias. A decisão destacou que há “fortes indícios de autoria e materialidade (fumus comissi delicti)”, especialmente diante das provas documentadas no inquérito, como mensagens entre Amanda e Israel.


“Estamos em diligência para localizar e prender Amanda Procópio, que atualmente encontra-se em local incerto e não sabido, tendo fugido assim que tomou conhecimento do mandado de prisão expedido em seu desfavor. A prisão de Amanda é fundamental para que possamos colher seu termo de declaração e esclarecer sua efetiva participação nos fatos investigados. Precisamos apurar se ela se limitava à omissão diante das agressões sofridas pela filha ou se, de fato, também participava ativamente das violências”, destacou o delegado Felipe Santoro, titular da 37ª DP.


E completou: “A omissão da genitora já está bem evidenciada, especialmente diante do fato de que, mesmo tendo tomado conhecimento de uma joelhada desferida contra a criança por Israel, optou por não levar a filha à UPA, justamente para evitar que o crime fosse descoberto.”

As investigações seguem em curso para localizar e capturar Amanda, que responderá, ao menos, por omissão dolosa diante das agressões sofridas pela filha.

Israel Gomes segue preso temporariamente. A criança agredida ainda se encontra internada em estado grave no Hospital da UFRJ.