PM e outros dois são presos por extorquir comerciantes em Nova Iguaçu

Milicianos continuaram agindo com violência e ameaças contra as vítimas, mesmo após prisão de líder do grupo


Por: O Dia

Publicado em: 29/09/2025

Agentes cumpriram mandados contra Diego Baptista Silva, Thiago Baptista de Jesus e Lucas Dias da Silva.

Foto: Reprodução

Um policial militar e outros dois homens foram presos, nesta segunda-feira (29), por integrar uma milícia, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O sargento Diego Baptista Silva, o primo dele, Thiago Baptista de Jesus e Lucas Dias da Silva extorquiam e ameaçavam comerciantes do Centro da cidade. A prisão fez parte da Operação Despojador, que já havia prendido o líder da quadrilha no início do mês. 


A ação cumpriu três mandados de prisão temporária contra Diego, Thiago e Lucas. As investigações descobriram que, mesmo após Marcelo Feital, o "Caroço", ter sido preso no último dia 7, o trio continuou com as extorsões. Os principais alvos eram comerciantes não tinham documentação regularizada dos imóveis. Os milicianos ameaçavam as vítimas para desocuparem os estabelecimentos. 


No último sábado (27), uma das vítimas chegou a ser abordada por dois integrantes da milícia na própria casa. O comerciante foi agredido com duas coronhadas e ameaçado para deixar seus imóveis ou "alguém iria morrer". Depois do episódio, o delegado Márcio Esteves de Jesus, titular da 52ª DP (Nova Iguaçu), pediu a prisão dos criminosos ao Plantão Judicial, que expediu os mandados cumpridos nesta segunda-feira.


O sargento Diego, lotado no Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE), será encaminhado para o Batalhão Prisional da Polícia Militar, enquanto Thiago e Lucas ao sistema penitenciário. Procurada, a PM informou que a Corregedoria da corporação acompanha o caso e irá instaurar um processo administrativo disciplinar.


O grupo chefiado por "Caroço" é conhecido por agir com violência. Em uma das ações contra os comerciantes, os milicianos ameaçaram explodir lojas com pessoas dentro, caso suas ordens não fossem cumpridas. Em outro episódio, uma das vítimas chegou a deixar o país para fugir das constantes intimidações. Marcelo já ocupou cargos de assessoria política no município e se utilizava da rede de contatos e do nome de agentes públicos para reforçar as ameaças.