Operação contra fornecimento de armas e drogas prende operadores do CV e PCC

O grupo é investigado por abastecer o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio


Por: O Dia

Publicado em: 03/07/2025

Ana Lúcia Ferreira tinha ligações estreitas com o PCC

Reprodução


Rio - A Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira (3), um homem e uma mulher apontados como operadores das facções Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), que forneciam amas e drogas para o Complexo do Alemão, na Zona Norte. A ação ocorreu durante a "Operação Bella Ciao", que mira integrantes de um "consórcio" das duas maiores organizações criminosas do país. O grupo é investigado por movimentar mais de R$250 milhões.


Investigações da Delegacia de Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro revelaram um esquema envolvendo o uso de pessoas interpostas, empresas de fachada e contas bancárias em nome de "laranjas" para esconder e movimentar dinheiro de origem ilegal. A operação tinha estrutura interestadual, com núcleos atuando no Rio de Janeiro e no Mato Grosso do Sul.

As apurações foram feitas com base na análise de conversas por mensagens, dados financeiros e laudos técnicos. Durante o inquérito, foi constatado que Fhillip da Silva Gregório, conhecido como "Professor", morto no início de junho, estava envolvido no esquema.


Dentre os alvos, Ana Lucia Ferreira, que possui ligações estreitas com o PCC, foi presa em Taubaté, no interior de São Paulo. Com uma grande rede de contatos, ela era a interface do "Professor" com fornecedores de armas do Mato Grosso do Sul. A autora é também ex-mulher de um chefe da facção, Elton Leonel da Silva, o Galã, preso no Rio em 2020, que atuaria diretamente na fronteira do Brasil com o Paraguai.


O outro preso, Gustavo Miranda de Jesus, é o responsável por movimentar o dinheiro vindo de atividades ilegais do Comando Vermelho. Ele organizava pessoalmente eventos em comunidades, que serviam como uma forma de misturar dinheiro legal com valores obtidos do tráfico de drogas. Assim, o dinheiro “sujo” era disfarçado e inserido no sistema financeiro como se tivesse origem legítima.

A operação tem ainda o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão contra outros investigados, a fim de reunir elementos que possam auxiliar no inquérito.