Multidão ignora blindado da PM e avança sobre carga roubada na Zona Norte do Rio

Um caminhão que transportava carne foi roubado instantes antes nas imediações. Bandidos obrigaram o motorista a seguir por vielas até o meio da comunidade. Lá, as caixas foram deixadas no chão e saqueadas.


Por: Genilson Araújo, RJ1

Publicado em: 06/08/2025

Mesmo com presença da polícia, pessoas saqueiam carga roubada na Pedreira

Foto: Reprodução/TV Globo

Uma multidão avançou sobre uma carga roubada no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira (6).


As pessoas ignoraram a presença de um Caveirão, um veículo blindado da PM, e saquearam tudo. Um militar chegou a usar spray de pimenta. O grupo se dispersou momentaneamente, mas logo voltou a carregar as caixas para dentro da favela.


O que aconteceu


Um caminhão que transportava carne foi roubado instantes antes nas imediações. Bandidos obrigaram o motorista a seguir por vielas da Pedreira até o meio da comunidade.


Criminosos ordenaram que as embalagens de papelão fossem retiradas do baú e empilhadas no chão. O caminhão foi liberado, e nesse momento moradores avançaram sobre as mercadorias.


Houve tumulto e muita correria. Logo depois, um blindado da PM chegou, mas a carga continuou sendo saqueada. O Caveirão chegou a passar por cima de algumas caixas, e houve quem se arrastasse sob o veículo para pegar a carne.


O blindado foi cercado, e um PM saiu e disparou o spray de pimenta a esmo. O grupo não cedeu, e os policiais acabaram recuando. Em poucos minutos, toda a carga havia sido levada.


Comandante comentou o episódio


O secretário estadual de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, disse que policiais do 41º BPM (Irajá) foram avisados sobre o roubo e que os agentes tentaram “de forma equilibrada” conter a multidão.


“O que a gente viu é uma grande concentração de pessoas e uma questão social envolvida. A gente precisa tratar essa questão de uma maneira muito profissional e equilibrada”, disse.


“Policiais militares inicialmente tentaram conter, mas tendo em vista que o bem maior a ser protegido é a vida das pessoas, houve a necessidade de que a gente fizesse apenas uma contenção. Há um deslocamento de reforço policial para que a gente possa ocupar essa comunidade”, emendou.