Milicianos que extorquiam trabalhadores na Baixada são presos em operação do MPRJ

Investigação aponta que um dos criminosos chefiava a organização de dentro da cadeia


Por: O Dia

Publicado em: 20/08/2025

Promotores do Gaeco com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) cumpriram os mandatos de prisão

Reprodução / @MP_RJ

Três integrantes de uma milícia que praticava extorsões semanais contra pessoas que trabalhavam em regiões de Nova Iguaçu e Belford Roxo, na Baixada Fluminense, foram presos nesta quarta-feira (20) pelo Ministério Público do Rio.


De acordo com o órgão, o grupo criminoso exigia que comerciantes, motoristas de vans, mototaxistas, empresas de internet e TV a cabo realizassem os pagamentos das taxas em dinheiro em espécie ou por transferência bancária. As demandas financeiras eram feitas à base de ameaças de agressões, incêndio de bens e até morte.


Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) saíram para cumprir 11 mandados de prisão. No entanto, cinco dos alvos já estavam detidos. Ainda há outros três foragidos.


A operação, nomeada "Reinado Dividido", apontou que, Jefferson Constant Jasmim, conhecido como Deco ou 01, liderava a organização de dentro da cadeia. O homem autorizava extorsões, controlava recursos, organizava a compra de armas e planejava atos violentos.


As investigações também identificaram a participação de Bruno Feliphe de Sousa Queiroz, apontado como gerente operacional; Michael Fernando Griebeler Borges, o Big Mac, responsável por cobranças e repasses financeiros; e Renato dos Santos Marques, o Renatinho, encarregado de extorsões e intimidações armadas.


O MPRJ também afirmou que o grupo criminoso disputava território com outras milícias, como as lideradas por João Teixeira dos Passos, o Jota da Grama, e Gilson Ingrácio de Souza Júnior, o Juninho Varão. Essa rivalidade causou um clima de terror na região. Vítimas relataram que viviam sob um "reinado dividido".


Essa quadrilha de milicianos têm atuado, ao menos, desde 2023, com grande presença nos bairros Miguel Couto e Parque Ambaí em Nova Iguaçu, e em Itaipu e Shangri-lá, Belford Roxo.