Menino de 3 anos morre após ser agredido pelo padrasto em Queimados

Criança chegou a ser levada a uma unidade de saúde, mas não resistiu.


Por: Daniella Dias, Jefferson Monteiro, RJ1

Publicado em: 02/12/2025

O próprio suspeito de agredir o menino o teria levado à UPA de Queimados

Foto: Reprodução

Um menino de 3 anos foi morto, na tarde desta segunda-feira (1º), ao ser agredido, no Morro da Paz, em Queimados, na Baixada Fluminense. A Polícia Militar informou que agentes do 24º BPM (Queimados) foram acionados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município para checar informações sobre a entrada de uma criança com sinais de espancamento. Ao chegarem ao local, no entanto, os policiais foram informados que o garoto havia morrido.


O padrasto Paulo César da Silva Santos foi preso em flagrante e encaminhado à 55ª DP (Queimados). Logo após, foi transferido sob forte comoção de amigos e familiares da criança. Paulo César precisou de escolta para ser colocado no veículo da Polícia Civil. Ele passará por uma audiência de custódia e deve ser alocado no sistema carcerário


De acordo com o delegado Júlio da Silva Filho, depoimentos mostraram que o menino era tratado com agressividade.


“O menino tinha pavor. Ela [a avó do menino] disse em depoimento que ele tremia e ficava inquieto com a presença do Paulo. Era uma relação difícil e nós apuramos que ele era contumaz em agredir a criança. Quem disse foram os vizinhos, que ouviam os gritos dele e da criança quando esses fatos ocorriam”, afirmou o delegado.


Segundo ele, as investigações mostraram que a mãe não tinha a dimensão das agressões contra a criança e achava que era uma correção comum. Ela foi alertada que Henry Gabriel gritava e era agredido pelo padrasto por uma vizinha.


David dos Santos Barreto, pai de Henry Gabriel, foi ao Instituto Médico-Legal (IML) de Nova Iguaçu liberar o corpo do filho para o velório e enterro. “Estou arrasado. Tem uma faca enfiada no meu peito”, afirmou David.


Henry Gabriel ficava com a mãe e o padrasto na residência do casal, em Queimados, na Baixada Fluminense, nos dias de semana.


Yasmin, mãe do menino, trabalha fora e costumava deixar o filho na casa da avó materna. Na segunda-feira (1º), ela pediu que Paulo levasse o bebê para a casa da mãe.


“Ele falou que às 10h ia levar [a criança] para a casa da minha mãe, porque era o último dia que ia estar lá e ia deixar brincando um pouco”, disse Yasmin Martins, mãe do bebê.


Por volta de meio-dia, Paulo levou Henry para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Queimados. O menino deu entrada com vários hematomas no corpo e que, de acordo com os médicos, é típico de agressão. A criança não resistiu.


A direção da unidade chamou o Conselho Tutelar e a Polícia Militar. Paulo César foi levado para a 55ªDP (Queimados) e recebeu voz de prisão em flagrante pelo crime de homicídio qualificado.


Segundo o delegado, ele tentou minimizar as agressões em depoimento.


“Ele confessou que deu umas palmadas e chineladas no garoto. Ele não trouxe para nós a proporção das agressões que ele causou e, inclusive, as lesões provocaram a morte da criança”, afirmou.


A mãe do menino soube da morte do filho pelo telefone e entrou em choque. Familiares contam que ela cuidava bem do menino. Yasmin disse que ele tem histórico de agressão.


“Já me agrediu por besteira, por ciúme”, disse a mãe do bebê.


De acordo com a Polícia Civil, o menino apresentava marcas de agressões e hematomas pelo corpo. O laudo médico também identificou lesões perfurocortantes no punho esquerdo.