INSS: PF apreende anotações que sugerem pagamento de propina para ex-cúpula

Anotações à mão estariam em cadernos apreendidos pela Polícia Federal e mostrariam percentual de 5% ao lado de nomes de investigados, o que poderia indicar repasses financeiros


Por: Basília Rodrigues, Elijonas Maiada, CNN Brasil

Publicado em: 07/05/2025

Edifício sede do INSS, em Brasília. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) encontrou cadernos com anotações à mão que sugerem que o ex-presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Alessandro Stefanutto, e o procurador-geral do órgão afastado Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, teriam recebido propina no esquema de descontos mensais de aposentados e pensionistas.


As apreensões foram realizadas em uma empresa de Antônio Carlos Camilo Antunes, apontado como lobista e chamado de “Careca do INSS” pela PF.


Segundo fontes com acesso ao caso, as anotações mostrariam o percentual de 5% ao lado do nome “Staf” e também de “Virgílio”, que, segundo agentes da investigação, seriam indicativos de repasses financeiros. A informação foi revelada pelo O Globo e confirmada pela CNN.


A CNN apurou que há outras anotações com indicação de repasses em análise. Por isso, não há neste momento, conclusão de que a ex-cúpula do órgão recebeu propina ou, em caso positivo, qual período ou quais os valores fechados.


A PF analisa o material para atestar a autenticidade e fazer um possível rastreamento do dinheiro com base nos percentuais indicados.


Uma perícia nos cadernos não está descartada. Nesses casos, o material é enviado ao Instituto Nacional de Criminalística (INC) para que os peritos façam um trabalho técnico e possam detalhar quem escreveu.


Somente após análise e perícia de todo o material, a PF marcará os depoimentos dos investigados. Entre eles, devem ser chamados para interrogatórios Stefanutto, Virgílio e o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, que deve colaborar como testemunha.