Ex-secretário da Polícia Civil, Allan Turnowski deixa presídio
O delegado teve o habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última terça (12)
Por: O Dia
Publicado em: 14/08/2025
Rio - O ex-secretário da Polícia Civil, Allan Turnowski, deixou o Presídio Constantino Cokotos, em Niterói, na Região Metropolitana, na noite desta quarta-feira (13). A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
O delegado teve o habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última terça (12). Apesar da soltura, ele deverá seguir algumas regras, como a entrega do passaporte, a proibição de deixar o país e o impedimento de entrar em unidades da Polícia Civil ou da Secretaria de Segurança Pública do Rio. Além de não poder manter contato com os demais investigados no processo.
Turnowski estava preso desde maio, acusado de participação em uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho e de envolvimento na tentativa de assassinato do contraventor Rogério de Andrade. A defesa do delegado alegou que ele respondia ao processo em liberdade há quase três anos e sem violar as medidas cautelares impostas anteriormente.
De acordo com o seu advogado, Ary Bergher, não houve qualquer novo elemento que justificasse a prisão decretada em maio. Ele também afirmou que a ordem partiu de um juiz sem competência legal para o caso.
Allan Turnowski chegou a ser solto em junho, com base em uma liminar concedida pelo desembargador Marcius da Costa Ferreira. No entanto, a decisão foi derrubada menos de um mês depois, quando a 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio determinou seu retorno à prisão, também de forma unânime.
Quem é Allan Turnowski?
Allan Turnowski atuou por 27 anos na Polícia Civil do Rio de Janeiro, onde ocupou cargos de destaque como diretor de Polícia da Capital e da Especializada.
Entre 2010 e 2011, foi chefe da Polícia Civil durante o governo Sérgio Cabral, mas deixou o cargo após ser citado em investigação da Polícia Federal na Operação Guilhotina. Ele foi indiciado por quebra de sigilo funcional, mas o Ministério Público do Rio arquivou o inquérito por falta de provas.
Em 2020, foi nomeado secretário de Estado de Polícia Civil, função que exerceu até março de 2022, quando se licenciou para disputar as eleições pelo PL. Durante sua gestão, a corporação lançou uma força-tarefa contra milícias, com mais de mil prisões e prejuízo estimado em R$ 2,5 bilhões aos grupos criminosos. Também foi sob seu comando que ocorreu a operação no Jacarezinho, a mais letal da história do estado, com 28 mortos.