Em declaração, Poze admite ligação com o Comando Vermelho
Cantor assumiu conexão em prontuário da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária
Por: O Dia
Publicado em: 30/05/2025
Rio – O cantor Marlon Brandon Coelho Couto, o MC Poze do Rodo, preso nesta quinta-feira (29), confirmou ter relação com a facção Comando Vermelho em um prontuário. Ele foi levado à Penitenciária Dr. Serrano Neves, conhecida como Bangu 3A, no Complexo de Gericinó, segundo informações da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária.
No documento, o cantor tinha a chance de se declarar ligado a outras organizações criminosas, ou se manter neutro.
Apologia e ligação com o crime
Poze foi preso por apologia ao crime e suspeita de envolvimento com o Comando Vermelho. Os agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) o encontraram em casa, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio.
O MC foi levado para a Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte, onde prestou depoimento. A mulher dele, Viviane Noronha Geovanini, conhecida como Vivi Noronha, chegou ao local pouco depois. O advogado do cantor, Fernando Henrique Cardoso, informou que não foram encontradas armas na casa dele. Os agentes apreenderam uma BMW X6, avaliada em R$880 mil, joias, celulares e documentos.
De acordo com as investigações, Poze realiza shows exclusivamente em áreas dominadas pelo CV, com a presença ostensiva de traficantes armados com armas de grosso calibre, como fuzis, garantindo a "segurança" do artista e do evento.
Ainda de acordo com a DRE, esses eventos são estrategicamente utilizados pela facção para aumentar seus lucros com a venda de drogas, revertendo os recursos para a aquisição de mais drogas, armamentos e outros equipamentos necessários à prática de crimes.
Além disso, a investigação identificou que o repertório das músicas entoadas por ele faz clara apologia ao tráfico de drogas, ao uso ilegal de armas de fogo e incita confrontos armados entre facções rivais.
"É um falso artista que com suas letras enaltece o CV. Ele só fazia show nesses territórios, com criminosos com fuzis para o alto, enaltecendo esses crimes, como o tráfico de drogas. Esse tipo de ação na comunidade é um péssimo exemplo, esse instrumento (música) servia como aliciamento de menores para facção", afirmou o secretário de Estado de Polícia Civil, Felipe Curi, em coletiva de imprensa.
Após audiência de custódia, a Justiça do Rio manteve a prisão do artista.