Deputado denuncia morte de 'filhos de gente da igreja' em megaoperação

Segundo Otoni de Paula, que também é pastor, os quatro jovens em questão não tinham envolvimento com tráfico



Por: O Dia

Publicado em: 30/10/2025

Deputado Otoni de Paula criticou megaoperação no RJ.

Foto: Reprodução

O deputado federal e pastor Otoni de Paula (MDB) afirmou, nesta quarta-feira (30), que entre os 121 mortos na megaoperação nos complexos da Penha e Alemão, na Zona Norte, estão quatro filhos de membros de sua igreja. Segundo ele, os jovens não tinham envolvimento com o crime organizado.

"Aqui tem está falando é pastor e não é pastor progressista não, só de gente de filho de gente de igreja eu sei que morreram quatro ontem [terça], meninos que nunca portaram fuzis, mas estão sendo contados no pacote como se fossem bandidos. Sabe quem é que vai saber se são bandidos ou se não são? Ninguém, e sabe por que não? Porque preto, correndo em dia de operação na favela é bandido. Preto com chinelo havaiana sem camisa pode ser trabalhador, correu é bandido", disse, durante discurso na tribuna da Câmara.

Emocionado, o deputado fez duras críticas e citou racismo presente no país. "É fácil, senhoras e senhores, para quem está no asfalto e não conhece a realidade da favela. É fácil subir nesta tribuna e dizer: ‘Que bom, matou’. É porque o filho de vocês não está lá dentro, como meu filho está o tempo todo dentro de uma comunidade e meu pânico é que ele é preto. Ontem [terça], eu tive que dizer: ‘Vai pra casa, que roupa você está vestindo?’. Porque meu filho no Rio não anda de chinelo, eu ensino a ele que ele tem que andar de roupa bonita porque é preto e só depois que derem um tiro dele é que vão saber que é filho de um preto deputado", finalizou.



Otoni é pastor na igreja do Ministério Missão de Vida, fundada em 1998.