Criminosos usam nome de projeto para crianças com espectro autista para aplicar golpes em Duque de Caxias
Bandidos ligam pedindo doações por Pix, mas o atendimento no projeto social Fazendinha do Autista é gratuito e não envolve nenhuma cobrança.
Por: Gabriella Lourenço, Diário de Rio
Publicado em: 11/07/2025
Criminosos estão utilizando indevidamente o nome do projeto social “Fazendinha do Autista”, inaugurado recentemente em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para aplicar golpes em moradores da cidade. As denúncias foram feitas por vítimas que receberam ligações pedindo doações via Pix para a suposta compra de leite destinado às crianças atendidas pelo programa.
O projeto, que oferece atendimento gratuito a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), está sendo usado como fachada por golpistas que se aproveitam da comoção gerada pela iniciativa. De acordo com os relatos, os estelionatários abordam as vítimas por telefone e insistem para que a contribuição seja feita digitalmente.
“Me ligaram dizendo que era para doação em Pix para leite das crianças. Falei que prefiro fazer pessoalmente, e não faço doações por Pix, principalmente porque nem disseram como conseguiram meu número. Aí, a mulher com sotaque de São Paulo falou: ‘Sempre tem a primeira vez pra doar por Pix’. Ainda foi abusada! Denunciei o número e bloqueei. Até tentei retornar para confirmar a fraude, mas a ligação não completava”, relatou uma vítima ao site G1.
A Prefeitura de Duque de Caxias confirmou a existência do golpe por meio de nota publicada nas redes sociais nesta quarta-feira (9), e fez um alerta à população.
“Atenção, caxienses! Infelizmente, criminosos estão usando o nome da Fazendinha do Autista para aplicar golpes. A orientação é clara: não faça nenhum tipo de doação sem checar a veracidade da informação. Fique atento, não compartilhe fake news e denuncie qualquer tentativa de golpe. A prevenção começa com informação!”, diz o comunicado oficial.
A Fazendinha do Autista é o primeiro complexo neurosensorial do município e integra ações da Secretaria Municipal de Gestão e Inclusão. Com metodologia baseada no programa Autismo 360°, o projeto combina ciência, terapias integradas, contato com a natureza e acolhimento, com o objetivo de atender gratuitamente cerca de 500 crianças.
A prefeitura reforça que não realiza pedidos de doações por telefone, e que todos os atendimentos no local são totalmente gratuitos.