Castro diz que megaoperação policial é a ‘maior da história’ do Rio e que estado está ‘sozinho’
Governador comparou a operação às ações de ocupação em comunidade de 2010
Por: Tempo Real
Publicado em: 28/10/2025
O governador Cláudio Castro classificou como a “maior operação da história do Rio” a ação realizada nesta terça (28) por policiais militares, civis e agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte. Até o início da tarde, foram confirmadas a prisão de 81 pessoas e a morte de pelo menos 22 pessoas – sendo dois policiais civis. Quarenta e dois fuzis foram apreendidos.
Na entrevista, Castro comparou a operação às ações de ocupação em comunidade de 2010, mas afirmou que, dessa vez, o governo do Rio está “completamente sozinho”. “É uma operação maior que a de 2010 e, infelizmente, dessa vez, não temos o auxílio de blindados nem dos agentes de forças federais, nem de segurança nem de defesa”, afirmou o governador.
Castro disse que a operação se baseia em informações colhidas através de investigações conduzidas por Polícia e Ministério Público ao longo do último ano. A ação estava planejada e, de acordo com o governo estadual, não há indícios de vazamento de informações.
O governador disse que, para essa ação, não pediu ao Governo Federal por suporte – ela alega ter tido as solicitações negadas nas últimas tentativas de usar blindados e agentes federais em operações no Rio.
“É uma operação de defesa. É uma guerra que está passando dos limites de onde o estado deveria estar sozinho defendendo; uma guerra dessas que nada a ver com segurança urbana. Talvez a gente devesse ter um apoio muito maior, talvez até das Forças Armadas. Essa guerra já extrapolou toda ideia da segurança pública; não é mais só responsabilidade do estado”, disse o governador.
Ele disse, ainda, que a operação cumpre todas as determinações da da ADPF 635, conhecida como a ADPF das Favelas, que define regras para ações em favelas. O procurador-geral de Justiça Antonio José Campos Moreira, que está em Brasília, acompanha as ações, segundo Castro.
O principal alvo da operação é a facção criminosa Comando Vermelho. Lideranças do grupo foram presas em comunidades do Complexo, incluindo um criminoso conhecido como “Belão”, que foi preso no Chapadão.
De acordo com denúncia do MP, o Complexo da Penha, alvo da operação de hoje, é uma base para expansão do Comando Vermelho em direção à Zona Oeste. Por estar próximo a vias expressas, o conjunto de favelas se tornou ponto estratégico para a ofensiva do tráfico sobre comunidades de Jacarepaguá, onde o governo do estado anunciou, neste mês, o início da reocupação de territórios determinada pelo STF.
Pelo menos dezoito homens, apontados pelo governo como suspeitos, foram mortos em confrontos nos complexos. Além deles, também morreram dois policiais civis: Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna); e Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara, que havia assumido a posição de chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita) nesta segunda (27). 56 pessoas foram presas. A ação segue em andamento.


