Aterro Sanitário de Seropédica passa por obras de ampliação

Local recebe, desde 2012, boa parte do lixo produzido na cidade do Rio de Janeiro e de outros municípios próximos: Seropédica, Itaguaí, Mangaratiba, Piraí e Miguel Pereira.


Por: Fernanda Graell, RJ1

Publicado em: 03/06/2025

Aterro Sanitário de Seropédica passa por obras de ampliação

Foto: Custodio Coimbra / O Globo

O Aterro Sanitário de Seropédica, que desde 2012 recebe boa parte do lixo produzido na cidade do Rio de Janeiro e de outros municípios próximos: Seropédica, Itaguaí, Mangaratiba, Piraí e Miguel Pereira, está passando por obras de ampliação.

A destinação correta deste lixo é uma das maiores preocupações dos ambientalistas, já que o lixo jogado em lugar errado polui o solo e os lençóis freáticos.


Em função disso, o aterro sanitário precisa ter um controle extremo para proteger o solo.


“Existe uma preocupação muito maior. É um sistema altamente tecnológico, uma camada de impermeabilização com quatro camadas, né, não só o solo compactado argiloso mais três geomembranas que fazem a impermeabilização do aterro”, diz Rafael Botelho Silveira, diretor técnico operacional da Ciclus.


Tecnologia transforma o lixo


Graças a tecnologia, o aterro produz biogás e água a partir das lagoas de chorume, que é o líquido escuro, resultado da decomposição da matéria orgânica.


O resíduo líquido passa por um pré-tratamento até ser transformado em água de reuso. Cerca de 80% da água utilizada no aterro é proveniente desse tratamento, tornando a operação praticamente autossuficiente.


Os resíduos também viram energia para o aterro e para vender no mercado.


“O biogás é usado dentro do aterro como fonte energética pra abastecer motores pra geração de energia, onde nós somos autossuficientes na nossa geração, no nosso consumo de energia elétrica. Então, o aterro é autossuficiente com esse próprio biogás e também na utilização de biogás como produção de biometano. Aí esse biometano é transportado pra fora de aterro, onde é utilizado como fonte de energia pra indústrias e também postos de combustível como gás veicular natural”, explica Rafael.


Lixões não acabaram


Enquanto isso, os lixões, que não têm nenhum tipo de controle de resíduos e são prejudiciais para o meio ambiente, deveriam ter sido extintos nos municípios com mais de 50 mil habitantes desde agosto de 2023.


No entanto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os lixões ainda existem em pelo menos uma de cada cinco grandes cidades brasileiras.


Devido a isso, centros de tratamento como o de Seropédica são importantes.


Investimento em obras


As obras no local começaram no fim de 2024. O BNDES concedeu uma linha de crédito no valor de R$ 125 milhões, dos quais R$ 88 milhões são de recursos do Fundo do Clima e R$ 37,7 milhões da Linha de Saneamento.


Após a conclusão das obras, o Centro de Tratamento de Seropédica estará apto a receber 11,4 mil toneladas de resíduos sólidos por dia. Atualmente são 10 mil toneladas por dia.


Na obra de ampliação está prevista a construção de duas novas lagoas de armazenamento de chorume.